Qual o nome do programa e o canal que o exibe? Zorra Total,Rede Globo de televisão

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Para qual público é destinado? Jovens e adultos

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Quais os principais temas tratados no programa? Desvalorização da figura feminina na figura da ofélia

por exemplo que “ só abre a boca quando tem certeza” substima a inteligência feminina rotulando-a de

burra. Caricaturiza os homossexuais na figura de lobisomem e na figura de Waldemar. Desvaloriza a

estética e a beleza da mulher brasileira na figura da Janete que inclusive sofre abuso sexual dentro do

metrô.

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Quais são os valores sociais, culturais, éticos, políticos, religiosos afirmados e negados pelo programa?

Valores de consumo, de cultura branca, reforça um ideal de beleza europeizado com mulheresloiras,

lindas e muitas vezes burra, a lógica do levar vantagem em tudo e do geitinho brasileiro.

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Como são apresentados, por exemplo, o conceito de justiça, do trabalho, do amor, da diversidade sexual

e ética, enfim, do mundo em que vivemos?

De forma bem distorcida para exemplificar com a frase de (Waldemar Waléria) “ ai como eu sou

bandida”. E no estereótipo de pedinte, quando retira da bolsa um tablet mesmo sendo pedidor de

esmolas, demonstra total falta de ética com esse público marginalizado.

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O programa propõe a reflexão desses conceitos, ou eles são passados como verdades absolutas de

forma subliminar?

Como verdades absolutas

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Como é retratado o papel do homem, da mulher e da criança, por exemplo? E dos homossexuais? E dos

Negros?

De forma descomprometida com essa diversidade que é o Brasil em forma de caricatura, sempre

desvalorizando-os.

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Como estes são caracterizados, ou seja, o que vestem, como falam, como andam, como são seus

corpos, etc.?

As mulheres “bonitas e robustas”, estão sempre com pucas roupas e com roupas da moda, já as negras

estão sempre estereotipadas, basta ver a Janete e a pedinte de esmolas.

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Há algum padrão nesta caracterização, como um padrão de beleza, por exemplo, ou é valorizada a

diferença?

Percebo a valorização da cor branca da estética de europeu. Mesmo sendo um pais miscigenado.

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Há alguma caricatura pejorativa?

Sim. Do pedidor de esmolas que é negra e sem dentes.

Também do homossexual valéria que está terrivelmente colorida.

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Na forma como os personagens são apresentados há reforço de algum estereótipo?

Reforça-se mulher burra, mulher com libido exacerbada, etc.

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E quanto às propagandas, quais são as veiculadas nos comerciais do programa?

Bebidas, carros, shampoos,cremes que prometem cabelo liso e radiante, novelas...

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Os produtos anunciados são para o mesmo público que assiste ao programa? Que tipo de relação

ideológica existe entre o programa e os produtos vendidos na propaganda?

É .Mas eles consomem apenas essas imagens.

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Este programa pode influenciar de alguma forma o comportamento da sociedade, seja na moda, no

modo de falar, nos hábitos de consumo ou na forma de pensar, por exemplo?

Claro. Nos pegamos reproduzindo a frase célebre da Waléria a todo instante :“Ai como eu sou bandida”.

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Como você avalia o impacto dela na sociedade brasileira?

Muito negativamente, por não contemplar e/ou valorizar a diversidade cultural por não abordar temas

relacionados a diferentes estéticas a diferentes belezas.

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Se pudesse reescrevê-lo ou dirigi-lo, o que modificaria?

Colocaria um programa que contemplasse a cultura nacional e outras culturas também tendo em vista

sermos um país com grande número de imigrantes (valorizaria essa rica diversidade cultural)

Resenha crítica:

O humor de muito mau gosto e impositivo mas intencional veiculado na rede do sr.

Roberto Marinho, é muito perverso, tendo em vista ser esse programa a opção de entretenimento do

grande público que não dispõe de dinheiro para consumir outro tipo de cultura ( que no Brasil é

muito cara) Um exemplo: assistir um show de Caetano Veloso por exemplo, Ou Gilberto Gil, ou ir

ao cinema numa cidade onde tudo é longe, ou ainda ir ao teatro.

O programa reafirma as desigualdades na medida em que a grande massa não tem

acesso ao acervo cultural da Humanidade, ficando relegados a uma subcultura imposta pelo sr.

Roberto Marinho e companhia, que querem vender seus produtos, e aí com esses programas, os

brasileiros são mais uma vez treinados para o consumo desenfreado e inconscientemente não

enxergam o posicionamento político dos idealizadores desse programa.

Com esse monopólio das mídias e da cultura, perde o Brasil e perdemos nós

consumidores de programas tão ruins, que não acrescenta em nada para nosso desenvolvimento

pessoal e social rumo a uma sociedade multicultural, diversa, com um amplo repertório cultural a

ser divulgado na construção de nossa identidade de país formado a partir de três matrizes

( indígena, africana e européia ). Um país de quarta economia do planeta, não deveria mais estar tão

atrasado em termos democráticos e culturalmente dividido como ainda estamos, com cultura

erudita para poucos e programas humorísticos de péssima qualidade para aqueles que não tem

acesso a primeira opção, ou seja, a maioria..